terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Os Pentas: Janeiro de 2018

Quatro vitórias, dois empates e um sabor agridoce ao cair do pano. O mês de janeiro ficou marcado pelo afastamento da Taça da Liga, que pôs fim a uma série de 10 vitórias consecutivas, e pelo comprometedor empate na visita ao Moreirense - uma igualdade já entretanto redimida no arranque de fevereiro, com o regresso à liderança isolada da I Liga e agora com vantagem reforçada. Para já, ficam os melhores do último mês. 

5. Héctor Herrera

MVP dos quartos-de-final da Taça de Portugal, Héctor Herrera continua longe de ter os melhores números nas zonas de decisão (fez apenas um golo no último mês), mas isso não retira mérito ao seu papel na equipa. Por exemplo, já criou 26 ocasiões de golo no Campeonato, apenas superado por Brahimi e Alex Telles no plantel, e está a apenas dois passes para finalização do seu máximo da época passada. Ainda assim, é no papel de recuperador que mais se destaca, ele que é o jogador do FC Porto com maior média de desarmes e recuperações de posse por 90' no Campeonato. E a eficácia de 86% no passe continua a colocá-lo muito acima da displicência que, muitas vezes, e algumas por culpa do próprio, lhe teimam em associar. 

4. Felipe

É caso para dizer: o mês de dezembro passado no banco fez-lhe muito, muito bem. Depois da enchurrada de erros que vinha cometendo jogo após jogo, e que lhe custou a perda da titularidade para Diego Reyes, Felipe acordou e entrou finalmente numa sequência de boas exibições. Autoritário, forte no jogo aéreo e a inventar menos na retaguarda, assinou a vitória na visita ao Feirense (ainda que tivesse sido expulso - não voltou a ver cartões desde então) e passou a ser o central com mais duelos aéreo defensivos ganhos na Liga (80, à frente dos 76 de Marcano), além de ser o 2º com mais interceções (50). O que lhe falta na saída de bola e na cobertura compensa no jogo aéreo, nas dobras e na forma como se limita, muitas vezes, a afastar o perigo para longe. 

3. Ricardo Pereira

Fez apenas uma assistência para golo em janeiro, mas a sua consistência é notável, seja na defesa ou a jogar mais adiantado no corredor. Não é um lateral possante fisicamente, mas compensa com a forma aguerrida como disputa cada lance. Comparativamente com Alex Telles, embora não seja tão forte a cruzar, assume bastante mais os lances de 1x1 (59% de acerto), tem maior eficácia de desarmes pelo chão (54%) e tem uma interessante média de 53% de eficácia no jogo aéreo, o que não deixa de ser notável para um jogador que é algo leve. Nas últimas semanas Ricardo tem apostado mais nas diagonais quando chega ao último terço e subiu para 75% de acerto em remates enquadrados com a baliza. Falta-lhe melhor colocação no remate. 

2. Alex Telles

Não surpreenderia ninguém se vencesse «Os Pentas» de Janeiro, mas a verdade é que Alex Telles não foi eleito MVP pelos leitores d'O Tribunal do Dragão em nenhum dos jogos do último mês, algo que acabou por ter peso nas contas finais. O que não significa que a sua influência não seja evidente. O brasileiro somou mais três assistências no último mês e, neste momento, já leva 15 passes/cruzamentos para golo entre todas as competições. É o 5º jogador das Ligas europeias que mais passes para finalização fabrica e está entre os 8 que mais assistências assinaram. Há ainda a destacar o facto de conseguir jogar de forma limpa e agressiva ao mesmo tempo: ainda só viu um cartão amarelo na Liga. 

1. Yacine Brahimi

O mago argelino regressa ao topo d'Os Pentas, muito graças à forma fulgurante como arrancou o mês de janeiro. Eleito MVP nas vitórias contra V. Guimarães e Feirense, o terceiro melhor driblador das Ligas europeias (111 dribles eficazes, apenas atrás de Neymar e Messi) já teve intervenção direta em 17 golos esta época. Defensivamente, Brahimi também continua a destacar-se (só Danilo e Herrera recuperam mais bolas por jogo do que ele). Se é certo que a fechar o mês lhe faltou algum fulgor, também não deixa de ser verdade que há um denominador comum: quando Brahimi não está no seu melhor, toda a equipa sofre o mesmo. Sem Brahimi, o FC Porto é muitas vezes uma equipa previsível, de bola na frente e limitada nas ideias no último terço. Por isso, mesmo quando não está no seu melhor, Brahimi é absolutamente essencial e continua a nivelar por cima o nível da equipa. 

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