sábado, 10 de fevereiro de 2018

Agora com um final feliz

Quarto clássico da época. Quarta vez em que o FC Porto é superior ao rival. Quarto jogo sem sofrer golos. A primeira vitória, que não deixou de pecar por escassa - e o histórico recente de meias-finais da Taça de Portugal é um exemplo de que um 1x0 em casa não é garantia de nada. Mas quatro clássicos em que o FC Porto parece ser a única equipa a querer assumir-se como grande e a jogar para ganhar, isso sim, é a melhor garantia de que o trabalho desenvolvido por esta equipa está recheado da matéria que faz campeões. 




Ricardo Pereira (+) - Chega a ser irrisório que este jogador nunca tenha feito um jogo oficial pela seleção nacional e que tenha jogado apenas 54 minutos em jogos de preparação. Numa altura em que a fadiga física se faz sentir no plantel, Ricardo continua com uma frescura física invejável e cada vez mais confiante/acutilante no último terço. Galga metros com ou sem bola, garante a profundidade no flanco mas não se inibe ele próprio de explorar o espaço interior. A cobertura defensiva continua a ser a lacuna a corrigir - e podia ter custado caro no minuto 90 -, e pode e deve melhorar os cruzamentos, mas com Ricardo o FC Porto tem, neste momento, um dos melhores laterais da Europa. Alguém se lembra de Danilo?

Sérgio Oliveira (+) - Muita gente - inclusive/sobretudo o treinador - pensou nele como o 3º médio para o 4x3x3 da equipa nos grandes jogos. A verdade é que essa fórmula não estava a funcionar na hora de garantir vitórias. Mas o problema talvez não estivesse no jogador em si, mas sim no seu papel em campo. É no 4x4x2, e numa excelente dupla com Herrera, que Sérgio Oliveira faz os seus 2 melhores jogos com a camisola do FC Porto, ele que não fazia 2 jogos completos seguidos há dois anos - o que não deixa de ser surpreendente, sobretudo por se tratar de um jogador que, no passado recente, nunca dava ares de aguentar 90 minutos e ser pouco intenso. Está mais agressivo, ocupa melhor o espaço e conseguiu assinar o cruzamento para o golo da vitória numa jogada que não é hábito ver o FC Porto fazer (cruzamento do médio antes dos últimos 22 metros). De suplente do Nantes a titular do FC Porto com o mesmo treinador: Sérgio Conceição sabia, de facto, o que estava a fazer. 


Estratégia (+) - Ouvir a conferência de Jorge Jesus no final da partida era entrar numa realidade paralela. O Sporting voltou a ser vulgarizado frente ao FC Porto e completamente anulado naquilo que são os seus princípios - profundidade pelos flancos, bola para a grande área (leia-se, para Bas Dost). O FC Porto secou o adversário pelos corredores e limitou o Sporting a duas ou três investidas do sempre perigoso Gelson Martins. Pouco mais. 

Além disso, a estratégia do Sporting para este jogo pressupunha, com a linha defensiva reforçada, ter mais soluções na saída de bola. Mas não funcionou, pois o FC Porto nunca recuou e soube sempre fechar todos os espaços - Sérgio Oliveira juntava-se a Marega e Soares na linha de pressão, enquanto Brahimi e Corona (bem a colocar as bolas na grande área) fechavam os corredores. Herrera ficava exposto no eixo, mas a equipa nunca se desequilibrou. O Sporting fez 5 remates à baliza do FC Porto em 270 minutos de clássicos. Tudo dito.




Faltou matar (-) - Na época 2013-14, quando o FC Porto venceu o Benfica por 1x0 nas meias-finais, Quintero mandou uma bola ao poste nos descontos. Muitos portistas temeram: «Espero que esta bola não nos faça falta». Fez. Abril ainda vai distante, FC Porto e Sporting atravessarão diferentes momentos de forma até lá e a equipa adversária não poderá apequenar-se como tem feito até aqui. Mas poderíamos, sem dúvida, ter dado já uma machadada na eliminatória, tamanha que foi a subserviência do adversário. O Sporting tentou quanto possível minimizar os estragos e levar a eliminatória para Alvalade, algo que acaba por conseguir. Cabe ao FC Porto ir à procura do golo e obrigar o Sporting a expor-se de uma maneira que não o fez nos três clássicos já disputados. 

Agora o Chaves, equipa que não perde em casa há meio ano. Fica o aviso. 

4 comentários:

  1. Como é que o Acuña demora 91 minutos a ir para a rua, só neste país. Eu muito gostava de ver o que diriam os fãs do Ai Jesus se ele fosse para um campeonato a sério com este joguinho de cacetada e trancas à porta em todos os jogos mais difíceis.
    Viva o Corona que decidiu jogar, também.

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  2. "É no 4x4x2, e numa excelente dupla com Herrera, que Sérgio Oliveira faz os seus 2 melhores jogos com a camisola do FC Porto, ele que não fazia 2 jogos completos seguidos há dois anos - o que não deixa de ser surpreendente, "

    Podem por favor corrigir? O Sérgio não fazia dois jogos como titular no FC Porto há cerca de 4 meses, e recordo-vos, as partidas e datas respectivas:

    26 de Setembro Monaco 0 FC Porto L Campeoes!
    01 de Outubro Sporting 0 FC Porto 0 (8ª jornada do Campeonato)!

    Desvalorizem a correcção, porém, eu particularmente, gosto de ser corrigido quando erro involuntariamente!

    PT

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    1. «ele que não fazia 2 jogos COMPLETOS seguidos há dois anos»

      O único erro está no comentário do "PT" pois o Sérgio Oliveira não fez o jogo completo frente ao Mónaco, tendo sido substituído aos 87 minutos.

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  3. Eu lembro-me do Danilo. O único jogador que o Ricardo fez esquecer foi o Maxi, o que já não é mau, nos tempos que correm... Lembro-me menos do Alex Sandro. Acho que o Porto está muito melhor servido do lado esquerdo da defesa.

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De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.